Cesariana eletiva: o que você precisa saber antes de optar pelo procedimento
A cesariana eletiva é um procedimento cirúrgico planejado, realizado sem indicação médica emergencial, geralmente escolhido por razões pessoais da gestante ou por recomendação médica antecipada.
Embora o parto normal seja incentivado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), há situações em que a cesariana pode ser uma alternativa viável e segura para a mãe e o bebê.
Quando a cesariana eletiva é indicada?
Nem todas as cesarianas eletivas são apenas por conveniência. Existem casos em que médicos recomendam o procedimento para garantir a segurança da mãe e do bebê. Algumas das principais indicações incluem:
- Histórico de cesarianas anteriores, dependendo do tipo de cicatriz uterina;
- Bebê em posição inadequada para o parto normal (como apresentação pélvica);
- Gestação gemelar, em determinadas condições;
- Placenta prévia, quando a placenta cobre total ou parcialmente o colo do útero;
- Condições médicas da mãe, como hipertensão grave ou algumas doenças cardíacas.
Cesariana eletiva e cesariana de urgência
A cesariana de urgência é aquela em que não é possível realizar agendamento prévio, ao contrário da cesárea eletiva. Ela acontece quando há algum problema inesperado que oferece risco de vida a mãe e/ou bebê.
“Por ser uma situação que exige ação imediata, o ambiente pode ser mais tenso e a probabilidade de complicações costuma ser um pouco maior, já que nem sempre há tempo de preparar tudo da forma ideal”, explicou o ginecologista e obstetra Eduardo Cordioli, diretor técnico de Obstetrícia do Grupo Santa Joana, em entrevista a Crescer.
Benefícios e riscos da cesariana eletiva
Assim como qualquer procedimento médico, a cesariana eletiva apresenta vantagens e desafios que devem ser analisados com atenção.
Benefícios:
- Possibilidade de programar a data do parto, trazendo previsibilidade para a mãe e a equipe médica;
- Redução do risco de sofrimento fetal agudo durante o trabalho de parto;
- Em alguns casos, menor risco de complicações associadas ao parto vaginal, como lacerações perineais graves.
Riscos:
- Recuperação pós-operatória mais longa e dolorosa do que no parto normal;
- Maior risco de infecções e hemorragias;
- Possibilidade de complicações respiratórias no bebê se a cesariana for realizada antes das 39 semanas sem necessidade médica;
- Impacto em gestações futuras, como risco aumentado de ruptura uterina.
Cuidados pré e pós-cirúrgicos
Se a gestante optar por uma cesariana eletiva, alguns cuidados são essenciais:
Antes da cirurgia:
- Realizar exames pré-operatórios para avaliar a saúde da mãe e do bebê;
- Planejar o pós-parto, considerando a necessidade de repouso e apoio;
- Discutir com o obstetra sobre anestesia, possíveis complicações e expectativas da recuperação.
Depois da cirurgia:
- Seguir as orientações médicas para evitar infecções e acelerar a cicatrização;
- Manter uma alimentação equilibrada e hidratação adequada;
- Evitar esforços excessivos nas primeiras semanas;
- Realizar o acompanhamento médico para garantir que a recuperação está evoluindo bem.
A cesariana eletiva é uma escolha que deve ser feita com base em informações seguras e orientações médicas. Conversar com profissionais de saúde, entender os riscos e benefícios e considerar o impacto a longo prazo são passos fundamentais para uma decisão consciente. Cada gestação é única, e o mais importante é garantir o bem-estar da mãe e do bebê, respeitando as particularidades de cada caso.