O avanço da cirurgia intrauterina e o pioneirismo do Santa Joana
Dr. Sergio Cavalheiro, neurocirurgião do Santa Joana, com Miguel
A mãe Karen Wiering foi uma das primeiras gestantes no Brasil a ter o bebê operado ainda dentro do útero. A cirurgia não dependeu apenas de tecnologia de ponta. Foi fruto da investigação intensa de uma mãe para que seu filho pudesse ter acesso a um procedimento que mudaria o rumo da vida da criança.
Quando Karen estava com 24 semanas de gestação do seu segundo filho, os médicos constataram, por meio de um exame de ultrassom, a presença de mielomeningocele, uma má-formação de origem desconhecida, que deixa uma probabilidade assustadora para os pais: 90% dos bebês nestes casos nascem com hidrocefalia (cabeça com excesso de líquido); a maioria tem dificuldades para andar e desempenho cognitivo (aprendizagem e memória) comprometido.
Em entrevista ao portal IG, Karen conta como driblou todas essas probabilidades ao encontrar um procedimento médico pioneiro, testado internacionalmente havia uma década, e que acabara de sair da categoria “em teste” para virar “padrão” no Brasil na metade do ano passado. “Os primeiros doutores que eu visitei não foram nada, nada, nada otimistas. Mas eu não me resignei”, lembra Karen.
Miguel foi a segunda criança a passar pela cirurgia intrauterina no Hospital Santa Joana de São Paulo, um dos primeiros a realizar a técnica, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no Brasil. “Até agora, já foram realizadas 17 cirurgias, todas com bons resultados. Nenhum dos nossos operados nasceu com hidrocefalia, o que garante vida normal”, afirma Sérgio Cavalheiro, neurocirurgião pediátrico do Santa Joana e da Unifesp, que conduziu as pesquisas no País.
A íntegra da entrevista pode ser conferida aqui.