Cigarro na gravidez: apague esta ideia
Se o cigarro faz mal até para quem não fuma (os chamados fumantes passivos), é possível imaginar o que faz para os bebês de mulheres que continuam fumando durante a gravidez. Vários estudos associam o tabagismo ao longo da gravidez à maior ocorrência de abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, gravidez tubária, deslocamento da placenta, acretismo placentário (placenta prévia) e episódios de sangramento.
As complicações com a placenta e os episódios de hemorragia ocorrem mais frequentemente quando a mulher grávida fuma porque o tabaco fragiliza os vasos sanguíneos, rompendo parcial ou completamente a placenta. Filhos de mulheres fumantes, em geral, têm mais chances de complicações pulmonares.
“Para evitar esses riscos, o ideal é fazer um tratamento para abandonar o fumo antes de tentar engravidar. Como isso nem sempre é possível, a saída é parar de fumar assim que descobrir a gestação”, comenta Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em recém-nascidos, filhos de mães fumantes de 40 a 60 cigarros por dia, observaram-se resultados mais graves como palidez, cianose (coloração azulada da pele e membranas mucosas devido à falta de oxigenação no sangue), taquicardia e crises de parada respiratória, logo após a mamada.
Em crianças de zero a um ano de idade, que vivem com fumantes, há uma maior prevalência de problemas respiratórios em relação àquelas cujos familiares não fumam. Além disso, quanto maior o número de fumantes no domicílio, maior o percentual de infecções respiratórias, chegando a 50% nas crianças que vivem com mais de dois fumantes em casa.
Resp. Técnico: Dr. Eduardo Rahme Amaro. CRM: 31624