O que é gestação de alto risco? Mitos e verdades sobre o tema
Você já se perguntou sobre o que é gestação de alto risco em vias de fato? Uma gravidez pode ser considerada de risco quando a vida da mãe ou do bebê estão em perigo, mas nem sempre a situação se agrava, pois há cuidados especiais para resguardar os pacientes.
Para as gestantes, é indispensável conhecer as características da gravidez de alto risco, a fim de identificá-la precocemente e procurar a ajuda adequada. Portanto, acompanhe esse artigo para entender o que pode ser considerado uma gravidez de alto risco.
O que é gestação de alto risco?
Segundo o Ministério da Saúde, a gestação de alto risco é aquela na qual a saúde da mãe, do feto e/ou do recém-nascido têm maiores riscos em relação à média da população. Tais gestantes apresentam fatores de risco que podem levar a um desfecho desfavorável.
Aliás, é importante ressaltar que uma gestação em curso pode se tornar de risco a qualquer momento, seja durante a evolução da gravidez ou durante o trabalho de parto. Sendo assim, é necessário reclassificar o risco a cada consulta pré-natal e até no parto.
Quais fatores influenciam na gestação de alto risco?
Para entender o que é gestação de alto risco, deve-se considerar os fatores que podem arriscar as vidas. No acompanhamento pré-natal, consideram-se as condições que precedem a fecundação e, ainda, as complicações que podem surgir, até na formação do feto.
Para exemplificar, confira os principais fatores ligados às gestações de risco.
Fatores precedentes à gestação
Características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis
- Idade acima de 35 anos
- Idade abaixo de 15 anos ou menarca há menos de 2 anos
- Altura menor que 1,45m
- Peso pré-gestacional menor que 45kg e maior que 75kg
- Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos
- Situação conjugal insegura
- Condições ambientais desfavoráveis
- Dependência de drogas lícitas ou ilícitas
- Hábitos de vida – fumo e álcool
- Exposição aos riscos ocupacionais: esforço físico, carga horária, estresse e, também, agentes físicos, químicos e biológicos nocivos.
Histórico reprodutivo
- Aborto espontâneo frequente
- Morte fetal explicada e inexplicada
- História de recém-nascido com crescimento restrito ou malformado
- Esterilidade e infertilidade
- Intervalo de gestações menor que dois anos
- Síndrome hemorrágica ou hipertensiva
- Diabetes gestacional
- Cirurgia uterina anterior, incluindo cesáreas
Condições clínicas preexistentes
- Hipertensão arterial (pressão alta)
- Doenças no coração
- Disfunções pulmonares
- Doenças renais
- Endocrinopatias (principalmente diabetes e tireoide)
- Distúrbios no sangue (anemias e leucemias)
- Epilepsia
- Doenças infecciosas
- Doenças autoimunes
- Doenças ginecológicas
- Neoplasias
Condições ou complicações no decorrer da gravidez
Exposição indevida ou acidental aos fatores teratogênicos
Aqui, inclui-se qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência que é capaz de produzir alterações na gestação.
Doença obstétrica na gravidez atual
- Alteração no crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico
- Parto prematuro e gravidez prolongada
- Ganho de peso inadequado
- Pré-eclâmpsia e eclâmpsia
- Diabetes gestacional
- Hemorragias da gestação
- Insuficiência istmo-cervical (abertura precoce do colo do útero)
- Aloimunização (formação de anticorpos por exposição aos agentes patógenos)
- Óbito fetal
Intercorrências clínicas
- Doenças infectocontagiosas durante a gestação em curso, como: infeções urinárias, doenças respiratórias, rubéola, toxoplasmose e outras
- Doenças clínicas diagnosticadas no decorrer da gestação
Por ora, não há estudos que comprovem com quantas semanas passa o risco na gravidez. Isso porque o risco é determinado por fatores pré-existentes ou que se desenvolvem conforme o curso da gestação.
Portanto, a certeza se o risco passará ou não deverá vir durante o processo gestacional, sempre com avaliação médica. Justamente por isso, é vital acompanhar de perto os casos de alta complexidade.
Como é o acompanhamento de uma gestação de alto risco?
A gestação de alto risco requer um acompanhamento detalhado, mas o protocolo será determinado a partir da condição de cada mãe. Dessa forma, o pré-natal é a maneira mais eficaz de prevenir, conduzir e tratar qualquer risco iminente.
O intuito da assistência pré-natal de alto risco é avaliar a necessidade de interferir no curso de uma gestação que tem maior chance de ser prejudicial. Assim, pode-se diminuir o risco a que a gestante e o feto estão expostos, reduzindo as possíveis consequências adversas.
As intervenções precoces são realizadas a fim de evitar as morbidades graves e a morte materna ou perinatal. Nesse sentido, uma equipe médica especializada e bem preparada para atender as demandas gestacionais é essencial para o desfecho positivo da gravidez.
Quem tem uma gravidez de alto risco pode ter parto normal?
Sim! Quem tem uma gravidez de alto risco pode sim ter parto normal, mas a decisão deve ser feita estritamente pelo médico, que avalia caso a caso. Ou seja, a paciente terá a indicação que não trará consequências negativas para si ou para o feto.
Aliás, a opção por parto normal ou cesariana considera o histórico da paciente e as condições em que se encontra no dia do nascimento. Isto é, a conduta do trabalho de parto visa proteger o bebê e a mãe, lembrando que gravidez de risco não é sinônimo de cesariana.
Quem tem uma gravidez de alto risco pode trabalhar?
Sim! Da mesma forma que o tipo de parto é influenciado pelas condições ou complicações que classificam a gravidez de alto risco, pode-se trabalhar na gestação. Contudo, existem condições que trazem a exposição desnecessária aos riscos, podendo gerar complicações.
Logo, sempre peça a avaliação médica e seja transparente em relação às suas atividades diárias, seja no trabalho ou na rotina em geral. Toda e qualquer conduta pode influenciar na gestação, até mesmo a prática de certos exercícios, sabia?Aqui no Hospital e Maternidade Santa Joana, temos um Centro de Gestação de Alto Risco. Com profissionais experientes e tecnologia de ponta, nossa Unidade de Terapia Semi-Intensiva garante mais segurança, tanto para a mãe, quanto para o bebê.