Tipos de anestesia na cesariana: o que você precisa saber
A cesariana é um procedimento cirúrgico comum para o parto, e um dos aspectos mais importantes para garantir conforto e segurança durante a operação são as anestesias em cesariana. Existem diferentes tipos de anestesia utilizadas em cesarianas, cada uma com suas indicações, modo de aplicação e possíveis efeitos colaterais.
Como sabemos, o parto normal pode acontecer com ou sem anestesia, já na cesariana, ela é essencial, afinal, é feita uma cirurgia com cortes. Os dois tipos mais comuns neste caso são a raquianestesia e a anestesia peridural.
“São dois tipos de anestesia regional, ou seja, anestesiam uma região do corpo. As duas são realizadas introduzindo uma agulha na região das costas da paciente, e o que muda é o local onde o anestesiologista irá administrar a medicação”, explicou a dra. Mônica Siaulys, anestesista e diretora médica do Grupo Santa Joana, em entrevista a Marie Claire.
Raquianestesia
A raquianestesia é o tipo mais utilizado de anestesias em cesariana. Consiste na aplicação de um anestésico local diretamente no líquido espinhal, na região lombar da coluna.
Essa técnica proporciona um bloqueio sensorial completo da cintura para baixo, permitindo que a mãe permaneça consciente durante o parto, sem sentir dor.
Vantagens:
- Rápido início de ação (cerca de 5 minutos);
- Proporciona anestesia eficaz e profunda;
- Menos risco de efeitos colaterais sistêmicos em comparação com a anestesia geral.
Possíveis efeitos colaterais:
- Queda da pressão arterial;
- Tremores e calafrios;
- Dor de cabeça pós-punção dural (raro, mas pode ocorrer);
- Náuseas e vômitos.
Peridural
A anestesia peridural também é amplamente utilizada, podendo ser administrada sozinha ou combinada com a raquianestesia (técnica combinada). O anestésico é injetado no espaço peridural da coluna, e um cateter pode ser deixado para reforçar a dose caso necessário.
Vantagens:
- Pode ser usada tanto para parto normal quanto cesárea;
- Permite ajuste da dose ao longo do procedimento;
- Menor chance de dor de cabeça em comparação com a raquianestesia.
Possíveis efeitos colaterais:
- Diminuição da pressão arterial;
- Sensação de fraqueza nas pernas por algumas horas;
- Coceira na pele (caso opioides sejam usados na mistura anestésica);
- Retenção urinária temporária.
Há também a possibilidade de se combinar dois anestésicos, que dão o resultado que chamamos de duplo bloqueio.
“Essa técnica é utilizada para aumentar o tempo de duração da anestesia e da eficácia analgésica. A raquianestesia proporciona um bloqueio rápido e profundo, mas com duração limitada, enquanto a epidural permite um controle adicional da dor”, disse a doutora.
Como determinamos o tipo de anestesia que será usada em cada paciente?
“Com a análise da história clínica, avaliação de exames laboratoriais pertinentes ao caso e análise do tipo de cirurgia que será realizado poderá ser feito um planejamento anestésico apropriado para cada caso e que garanta não somente conforto durante a cirurgia, mas também no pós-operatório”, detalhou dra. Mônica.