Dor pós-cesariana: quando se torna crônica e como tratar?
A cesariana é um procedimento cirúrgico comum, mas, para muitas mulheres, a recuperação pode ser desafiadora, especialmente quando a dor persiste além do esperado.
É comum que, como qualquer outra cirurgia, o local do corte cause desconforto por alguns dias ou semanas, porém, se a dor dura por mais de dois meses após o parto, pode se tratar de dor crônica pós-cesariana e é necessário tratamento.
O que é a dor crônica pós-cesariana?
A dor crônica é aquela que persiste por mais de dois meses após a cirurgia. “É a partir de dois meses, mas sem um fim. Pode durar seis meses, um ano ou períodos até mais longos”, diz Karina Belickas, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, em entrevista à Marie Claire.
No caso das cesarianas, essa dor tem algumas causas, como cicatrização inadequada, aderências internas, lesões nervosas ou até mesmo fatores emocionais que podem amplificar a percepção da dor.
A dor crônica pós-cesariana atinge um grande número de mulheres brasileiras. Uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás apontou que 25% das mulheres que de dão à luz deste modo desenvolvem a dor.
Doutora Karina destacou também que, qualquer cirurgia, procedimento operatório e até mesmo um machucado de corte ou joelho ralado, causa algum desconforto até que cicatrize. A expectativa é que isso melhore gradativamente.
“É esperado que a pessoa sinta uma dor muscular no local do corte. Isso vai depender do preparo físico e da recuperação da paciente, assim como de eventuais complicações que a gestação possa ter tido. Mas a dor específica no corte deve melhorar em mais ou menos 14 dias”, diz a médica.
Como o tratamento é feito?
Para o tratamento, podem ser usados medicamentos analgésicos, como dipirona e paracetamol. Tratamentos complementares também costumam ajudar, como acupuntura, terapia ocupacional e fisioterapia.
“Ninguém com dor crônica tem qualidade de vida boa. A pessoa fica num nível de stress mais alto, tem mais dificuldade para dormir e pode sentir limitação para fazer alguns movimentos, tanto no dia a dia quanto em alguma atividade física. Por isso, eu acho importante tanto a mulher contar que está com desconforto, quanto o médico valorizar a queixa da paciente”, conclui dra. Karina.