Distócia do ombro: o que é, como manejar e prevenir
A distócia do ombro é uma complicação rara, porém séria, que pode ocorrer durante o parto vaginal. Ela acontece quando, após a cabeça do bebê sair, um ou ambos os ombros ficam presos atrás do osso púbico da mãe, dificultando a saída completa do bebê. Essa situação exige uma intervenção rápida e adequada para evitar riscos à saúde da mãe e do bebê.
“Neste momento, a oxigenação do bebê fica prejudicada e, por isso, são necessárias algumas intervenções obstétricas imediatas para possibilitar a resolução dessa distocia e o nascimento por completo”, explicou o dr. Rodrigo Nogueira, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, em entrevista a Revista Crescer.
Causas e fatores de risco da distocia do ombro
Diversos fatores podem contribuir para a ocorrência da distócia do ombro. Entre eles:
- Macrossomia fetal: bebês com peso elevado (geralmente acima de 4 kg) apresentam maior risco.
- Diabetes materno: mulheres com diabetes gestacional têm mais chances de terem bebês grandes.
- Histórico de distócia: mulheres que já passaram por essa complicação em partos anteriores podem estar em maior risco.
- Gestação prolongada: a gravidez que ultrapassa 40 semanas pode aumentar o tamanho do bebê, aumentando o risco de distócia.
Riscos e complicações
A distócia do ombro pode levar a complicações para o bebê e para a mãe:
“Para o bebê, os riscos estão relacionados à fratura de clavícula, lesões nervosas nos plexos braquiais (um grupo de nervos localizados na região do pescoço) e hipoxia fetal (sofrimento fetal) devido à baixa oxigenação durante a intercorrência. Já a mãe pode ter lacerações vaginais extensas e hemorragia pós-parto”, explicou o médico.
Identificação e manejo
A distócia do ombro é identificada durante o parto, quando os ombros do bebê não progridem após a saída da cabeça. Nesse momento, a equipe médica deve adotar manobras específicas para liberar os ombros e permitir o nascimento do bebê.
Apesar disso, alguns fatores podem aumentar as chances dessa intercorrência acontecer. Por isso, é fundamental manter acompanhamento e exames de pré-natal, que podem identificar tais fatores, como:
- Bebê com peso elevado, acima de 4,5 kg
- Diabetes gestacional
- Partos anteriores com distócia
- Uso de fórceps ou vácuo-extrator
- Mãe com obesidade
Já durante o parto, assim que identificado o problema, o médico responsável deve comunicar a paciente e seguir com a execução de algumas manobras, como a manobra de McRoberts, em que a mãe é colocada em uma posição de encontro dos joelhos contra o peito; manobras internas pelo toque vaginal e a pressão suprapúbica, em que um profissional aplica pressão para ajudar a pelve a liberar o ombro do bebê.
“As chances de sucesso dessas manobras são altas, principalmente se a ação for realizada rapidamente. A combinação do McRoberts com a pressão suprapúbica pode resolver em torno de 90% dos casos”, ressaltou o obstetra.
Por isso, contar com uma equipe especializada e preparada para ligar com intercorrências faz toda a diferença!