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Distócia do ombro: o que é, como manejar e prevenir

7 de fevereiro de 2025

Distócia do ombro: o que é, como manejar e prevenir

A distócia do ombro é uma complicação rara, porém séria, que pode ocorrer durante o parto vaginal. Ela acontece quando, após a cabeça do bebê sair, um ou ambos os ombros ficam presos atrás do osso púbico da mãe, dificultando a saída completa do bebê. Essa situação exige uma intervenção rápida e adequada para evitar riscos à saúde da mãe e do bebê.

“Neste momento, a oxigenação do bebê fica prejudicada e, por isso, são necessárias algumas intervenções obstétricas imediatas para possibilitar a resolução dessa distocia e o nascimento por completo”, explicou o dr. Rodrigo Nogueira, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, em entrevista a Revista Crescer.

Causas e fatores de risco da distocia do ombro

Diversos fatores podem contribuir para a ocorrência da distócia do ombro. Entre eles:

  • Macrossomia fetal: bebês com peso elevado (geralmente acima de 4 kg) apresentam maior risco.
  • Diabetes materno: mulheres com diabetes gestacional têm mais chances de terem bebês grandes.
  • Histórico de distócia: mulheres que já passaram por essa complicação em partos anteriores podem estar em maior risco.
  • Gestação prolongada: a gravidez que ultrapassa 40 semanas pode aumentar o tamanho do bebê, aumentando o risco de distócia.

Riscos e complicações

A distócia do ombro pode levar a complicações para o bebê e para a mãe:

“Para o bebê, os riscos estão relacionados à fratura de clavícula, lesões nervosas nos plexos braquiais (um grupo de nervos localizados na região do pescoço) e hipoxia fetal (sofrimento fetal) devido à baixa oxigenação durante a intercorrência. Já a mãe pode ter lacerações vaginais extensas e hemorragia pós-parto”, explicou o médico.

Identificação e manejo

A distócia do ombro é identificada durante o parto, quando os ombros do bebê não progridem após a saída da cabeça. Nesse momento, a equipe médica deve adotar manobras específicas para liberar os ombros e permitir o nascimento do bebê.

Apesar disso, alguns fatores podem aumentar as chances dessa intercorrência acontecer. Por isso, é fundamental manter acompanhamento e exames de pré-natal, que podem identificar tais fatores, como:

  • Bebê com peso elevado, acima de 4,5 kg
  • Diabetes gestacional
  • Partos anteriores com distócia
  • Uso de fórceps ou vácuo-extrator
  • Mãe com obesidade

Já durante o parto, assim que identificado o problema, o médico responsável deve comunicar a paciente e seguir com a execução de algumas manobras, como a manobra de McRoberts, em que a mãe é colocada em uma posição de encontro dos joelhos contra o peito; manobras internas pelo toque vaginal e a pressão suprapúbica, em que um profissional aplica pressão para ajudar a pelve a liberar o ombro do bebê.

“As chances de sucesso dessas manobras são altas, principalmente se a ação for realizada rapidamente. A combinação do McRoberts com a pressão suprapúbica pode resolver em torno de 90% dos casos”, ressaltou o obstetra.

Por isso, contar com uma equipe especializada e preparada para ligar com intercorrências faz toda a diferença!

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