Moto: gestantes podem andar?
Embora não haja contraindicação oficial no uso de moto durante a gestação, acidentes nesse tipo de veículo podem causar lesões graves. Foi este o tema de reportagem da revista Crescer, que conversou com o ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, Fábio Califre, sobre o assunto.
Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou um aumento de 53% na taxa de mortalidade de motociclistas no Brasil de 1990 a 2019. Outro estudo mostrou que, das 308 mil internações de pessoas por acidentes de trânsito no Brasil entre 2020 e 2021, mais da metade eram acidentes de moto.
“A chance de um acidente eleva, e muito, o risco de alguma complicação para a mãe e, por consequência, para o bebê. Nesses casos, existe o risco de um eventual trabalho de parto, estimulado pela dor e pelo rompimento da bolsa, que em alguns casos pode ser de forma prematura, ou seja, antes de 37 semanas. Em casos mais graves, a queda da motocicleta pode levar a um quadro de descolamento prematuro de placenta (DPP) que pode resultar em óbito fetal”, disse o Dr. Califre, que recomenda não andar de moto durante a gestação.
Se for necessário utilizar esse tipo de veículo, recomenda-se andar em velocidade reduzida e usar todos os equipamentos de proteção disponíveis.
O médico ainda fala sobre questões comuns em gestantes e que podem dificultar na hora de dirigir uma moto: o inchaço nas pernas, dores nas costas, o crescimento da barriga e o desequilíbrio causado pela mudança do centro de gravidade do corpo.
E depois do parto? “De maneira geral, recomenda-se 15 dias para aquelas que tiveram o parto por via vaginal, em decorrência das perdas sanguíneas normais do período. Para as gestantes que tiveram que fazer o parto por cesárea, o tempo de espera é de 40 dias, já que a recuperação do corte abdominal é mais longa”, explicou o médico.
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