Doenças ginecológicas podem ser tratadas por cirurgia robótica
Em artigo na revista Caras, o médico Rodrigo Fernandes, especialista em cirurgia minimamente invasiva com atuação em Oncologia Ginecológica do Santa Joana, falou sobre o avanço da cirurgia robótica para tratamento das doenças ginecológicas.
O médico explica as inovações no campo da cirurgia ginecológica nas últimas décadas, desde o início da laparoscopia no final da década de 80 para retirada de útero, miomas e endometriose, que levam à recuperação mais rápida com pequenas incisões. No caso de câncer, por exemplo, esse tipo de cirurgia com rápida recuperação permite que os tratamentos como quimioterapia e radioterapia possam ter início precocemente.
Em meados dos anos 2000, teve início a cirurgia robótica, uma evolução da laparoscopia, onde o cirurgião controla o robô por meio de um console.
“A tecnologia embarcada no robô trouxe inúmeras vantagens. A câmera, além da estabilidade, possui duas ópticas simulando a visão 3D, que permitem reestabelecer a profundidade antes não disponível durante a laparoscopia. Os braços possuem anulação de tremor e as pinças articuladas permitem ângulos de aproximação, algumas vezes, impossíveis durante a laparoscopia. Estas características trouxeram um ganho em precisão e fizeram com que o robô fosse um diferencial em algumas cirurgias específicas, como múltiplos pontos durante a retirada de miomas ou liberação de nervos em cirurgias de endometriose profunda e câncer”, escreveu o Dr. Rodrigo.
O médico lembra que a realização destas cirurgias, seja por laparoscopia, seja por cirurgia robótica, exigem que o cirurgião passe por um treinamento adequado.
“O próximo grande marco está por vir e será a associação da plataforma robótica às outras tecnologias. O avanço da inteligência artificial aliado à experiência do cirurgião permitirá à plataforma reconhecer estruturas diversas entre vasos, nervos, metástases ou até implantes de endometriose – as quais poderiam passar despercebidos ou serem invisíveis ao simples olho do cirurgião”, explicou o médico.