Pré-eclâmpsia: saiba mais sobre a síndrome
A pré-eclâmpsia é uma síndrome hipertensiva que ocorre na gestação, parto ou até no pós-parto. É caracterizada pela elevação da pressão arterial associada à disfunção orgânica (acometimento de algum órgão materno, como os rins, fígado, cérebro, entre outros). Além disso, conforme apontado pela Rede Brasileira de Estudos Sobre Hipertensão na Gravidez (BHG), ela ocorre quando a gestante tem hipertensão, comumente, após a 20ª semana de gravidez, com desaparecimento em até 12 semanas no pós-parto.
O que pode causar pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é uma síndrome hipertensiva ainda não totalmente conhecida. As melhores hipóteses até o momento traduzem uma má adaptação placentária desde o início da gestação, que pode evoluir para um acometimento de vários órgãos ao longo da gestação. Após a 20ª semana de gestação, porém, mais frequentemente após a 28ª semana, aparecem as manifestações sistêmicas (em outros órgãos maternos).
Apesar da placenta estar diretamente relacionado à gênese da pré-eclampsia (pré-eclampsia placentária), sabe-se que mulheres portadoras de patologias sistêmicas inflamatórias, como doenças autoimunes e a própria obesidade, podem também desenvolver quadros de pré-eclâmpsia tardia (após 34 semanas), conhecida com pré-eclâmpsia materna ou inflamatória.
Fatores de risco para a pré-eclâmpsia:
A tabela abaixo, extraída do protocolo da RBEHG, ilustra os principais fatores de risco para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia. As mulheres que apresentam um fator de risco alto ou dois moderados, se enquadram na estratégia de prevenção da pré-eclâmpsia, sendo indicado o uso de AAS e Cálcio durante a gestação.
Extraído sem modificações: Peraçoli JC, Ramos JGL, Sass N, Martins-Costa SH, de Oliveira LG, Costa ML, Cunha Filho EV, Korkes HA, de Sousa FLP, Mesquita MRS, Borges VTM, Corrêa Jr MD, Araujo ACPF, Zaconeta AM, Freire CHE, Poli-de-Figueiredo CE, Rocha Filho EAP, Cavalli RC. Pré-eclâmpsia/eclâmpsia – Protocolo no. 01 Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão e Gravidez (RBEHG), 2020.
Como identificar a pré-eclâmpsia?
Em entrevista ao Estadão, o coordenador de obstetrícia de alta complexidade do Hospital e Maternidade Santa Joana, Dr. Mário Macoto Kondo, explicou que, como nem sempre apresenta sintomas, é muito importante realizar o pré-natal adequadamente para identificar a pré-eclâmpsia de forma precoce.
Ele diz que “a paciente vai fazer a medição da pressão e, assim, vai conseguir detectar algumas alterações”.
Caso você se sinta insegura sobre como saber se está tendo uma pré-eclâmpsia, atente-se aos possíveis sintomas. Ao perceber ganho de peso abrupto, inchaço nas mãos e no rosto, dor de cabeça, alteração visual e falta de ar, procure sua equipe médica de confiança.
Como tratar pré-eclâmpsia?
De acordo com o Dr Henri Augusto Korkes, membro fundador da RBEHG e médico assistente do grupo Santa Joana, até os dias atuais, não se conhece nenhum tratamento efetivo para a pré-eclâmpsia que não seja o parto. “A retirada da placenta marca o início de sua regressão“. Assim, em casos de pré-eclâmpsia acima de 37 semanas (fetos no termo), diante do evidente risco materno, geralmente indica-se o parto. Para casos abaixo de 37 semanas, diante de um cenário materno seguro, é possível se aguardar, objetivando o melhor desenvolvimento e maturação fetais.
O Dr. Mário Kondo ainda pontua que as tratativas dedicadas ao quadro estão diretamente ligadas à gravidade do caso e ao período da gestação.
A pré-eclâmpsia precoce ocorre antes da 34ª semana de gestação. Já a tardia, após 34 semanas.
Conforme preconizado pelos diferentes colegiados ao redor do mundo, e pela Sogesp, Febrasgo e RBEHG, é importante ter em mente que, após o diagnóstico da pré-eclâmpsia, todas as pacientes necessitarão de internação. Com esta conduta, é possível a realização de medidas terapêuticas e preventivas importantes como o controle da pressão arterial, e a prevenção do agravamento do quadro com o sulfato de magnésio, uma medicação chave na prevenção de quadros de eclâmpsia (convulsões). Também, podem ser realizados exames que evidenciam o comprometimento dos demais órgãos maternos, além de permitir uma vigilância da mãe e do feto de forma mais adequada.
Em formas mais leves, após um período inicial de internação e com uma equipe assistencial especializada, é possível um seguimento ambulatorial de perto. No entanto, na ausência de uma equipe especializada ou diante de quadros instáveis, a manutenção da internação é imperativa.
Como evitar a pré-eclâmpsia?
Embora a pré-eclâmpsia seja, em muitos casos, um quadro silencioso, há algumas precauções a tomar para evitar uma surpresa desagradável com a pressão alta na gravidez.
Aqui estão algumas delas:
- faça um pré-natal minucioso;
- pesquise sobre seu histórico familiar de hipertensão;
- equilibre-se durante a gravidez (e fora dela também): alimente-se bem e pratique atividades físicas; evitando ganho de peso excessivo
- monitore sua pressão regularmente ao longo da gestação. Caso identifique resultados acima do padrão, entre em contato com a equipe médica imediatamente.
- Converse com seu médico sobre prevenção da pré-eclâmpsia.
Tire todas as suas dúvidas antes e depois do parto
A pré-eclâmpsia é apenas uma das questões que passam pela cabeça das mamães antes e após o nascimento dos pequenos. Sabemos que dúvidas e inseguranças fazem parte da gestação e do maternar.
Por isso mesmo, reunimos dicas que ajudam a cuidar de seu filho com mais tranquilidade nesse período cheio de descobertas.
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Sabemos que é importante ter confiança na maternidade escolhida. Por isso, o Santa Joana oferece segurança e um corpo clínico formado por profissionais experientes. São 70 anos de experiência, 500 mil partos já realizados e 3 mil exames por mês.
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