Cirurgia sem sangue: inovação e redução de riscos
Uma das complicações mais graves da gestação é a chamada placenta acreta, que ocorre quando a placenta se adere de forma mais intensa que a habitual às paredes uterinas, tornando impossível a sua expulsão. O principal risco associado à placenta acreta ocorre no momento do parto, pois pode haver hemorragias importantes, de difícil controle, inclusive com risco de morte.
A técnica, conhecida como “cirurgia sem sangue”, é um procedimento inovador, já realizado pelo Hospital e Maternidade Santa Joana. Ela consiste no posicionamento de balões via-artéria femural, alcançando a artéria ilíaca. Assim que o bebê é retirado, por meio de uma cesárea, esses balões são inflados e é feita a histerectomia (retirada do útero). A obstrução das artérias evita o sangramento normalmente associado à cesárea com placenta acreta.
Um dos benefícios da técnica é reduzir os riscos, inclusive o de mortalidade. Em uma cesárea realizada com placenta acreta, a paciente pode demandar uma significativa reposição de sangue, para compensar a hemorragia, além de ficar em estado crítico por vários dias após o procedimento. Com esta técnica, a necessidade de reposição de sangue é muito menor e a permanência da paciente, em UTI, muito reduzido.