Xixi na cama: até que idade é normal?
Para tranquilizar os pais, é preciso esclarecer que fazer xixi na cama até os cinco anos é considerado normal pelos médicos e contornável de forma simples na maioria dos casos. O número de bebês que molham a cama varia de 15 a 20% nessa faixa etária, segundo a ICCS (International Children’s Continence Society), entidade americana voltada ao estudo do tema.
A taxa anual de cura espontânea para a enurese –termo científico usado para dar nome à perda involuntária de urina à noite– é de aproximadamente 14%. O controle dos esfíncteres (músculos anulares que servem para abrir e apertar ductos, canais ou aberturas do corpo), entre os quais os da bexiga, faz parte do aprendizado da criança, sendo um marco em seu desenvolvimento.
Se a condição persistir depois dos cinco anos, atenção: o ideal é procurar um especialista para investigar os motivos e descobrir se eles estão ligados a alguma questão fisiológica ou não. Os pais tendem a levar o filho ao médico só quando a enurese vira um problema social, ou seja, quando a própria criança se incomoda de não poder dormir na casa de um amigo e passar vergonha.
Além de ter origem genética, o problema tem três causas principais: dificuldade de acordar quando a bexiga está totalmente cheia, alta produção de urina à noite –que acontece pela deficiência na produção de hormônio antidiurético durante o período do sono– e bexiga com capacidade reduzida de armazenamento.
Para as duas últimas situações há medicamentos específicos para tratamento. Já para a dificuldade em despertar, a chamada terapia do alarme é um dos recursos frequentemente indicados e é oferecida gratuitamente em cidades brasileiras como Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Salvador (BA), lugares que contam com centros de atenção à disfunção.
Na terapia do alarme, um sensor –capaz de detectar a presença de líquido– é colocado próximo ao pênis do menino ou da uretra da menina na hora de dormir. Quando a criança urina, um alarme soa para acordá-la. A motivação de toda a família é essencial para o sucesso de qualquer tratamento de enurese. O envolvimento dos pais é tão importante quanto o empenho da criança. Respeite seu filho, converse abertamente com ele sobre o problema, comemore as conquistas na evolução, quando ele consegue ficar seco durante toda a noite, e tenha paciência, pois todo aprendizado leva tempo.
Resp. Técnico: Dr. Eduardo Rahme Amaro. CRM: 31624