Alimentação na primeira infância: por que evitar os ultraprocessados?
Nos primeiros anos de vida, a alimentação desempenha um papel crucial no desenvolvimento das crianças. Contudo, a crescente presença de alimentos ultraprocessados na dieta dos pequenos tem gerado preocupações entre pais e especialistas em nutrição.
Um novo relatório do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), mostrou que 80,5% das crianças de 6 a 23 meses (quase 2 anos) consomem ultraprocessados. E, entre crianças de 24 a 59 meses, os números são ainda maiores, chegando a 93%.
A pesquisa analisou 14.558 crianças por meio de visitas domiciliares.
Quais são os riscos associados ao consumo de ultraprocessados na primeira infância?
Por serem alimentos pobres em nutrientes, os ultraprocessados podem trazer problemas de saúde a longo prazo, como:
- Nutrição inadequada: esses alimentos geralmente são pobres em nutrientes essenciais, como vitaminas e minerais, que são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento das crianças.
- Aumento do risco de obesidade: o consumo excessivo de ultraprocessados está associado ao ganho de peso excessivo, que pode levar à obesidade infantil e a problemas de saúde no futuro.
- Problemas de saúde a longo prazo: estudos sugerem que a exposição precoce a alimentos ultraprocessados pode aumentar o risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Como evitar que a alimentação do seu filho esteja repleta desses alimentos?
- Opte por alimentos in natura: frutas, verduras, legumes e cereais integrais são ótimas opções que oferecem os nutrientes necessários para o crescimento.
- Leia os rótulos: se precisar comprar alimentos industrializados, verifique a lista de ingredientes e evite aqueles com aditivos e conservantes.
- Prepare em casa: sempre que possível, cozinhe refeições em casa. Isso garante o controle sobre os ingredientes e evita aditivos indesejados.
A Marisa Coutinho, nutricionista do Hospital e Maternidade Santa Joana recomenda evitar alimentos doces e/ou industrializados antes dos 2 anos de idade. “Consideramos esse marco porque geralmente é quando a criança interage mais com os amigos, vai para aniversários de colegas, e começa a querer comer o que os outros comem. Antes disso, o ideal é nem ter esses alimentos em casa”, comentou em entrevista ao Estadão.
Promover uma alimentação saudável nos primeiros anos de vida é essencial para o desenvolvimento das crianças. Ao reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e optar por opções mais nutritivas, os pais podem contribuir para uma infância mais saudável e um futuro melhor.