Ômega-3 na gestação: tomar ou não?
O consumo adequado de Ômega-3 na gestação está relacionado à menor incidência de parto prematuro, maior duração gestacional e melhor crescimento fetal, segundo um consenso apresentado no 10º Congresso Internacional de Medicina Obstétrica.
Segundo o professor Gian Carlo Di Renzo, que estava presente no Congresso e é um dos autores do artigo, o ômega-3 é um tipo de gordura poli-insaturada essencial, que tem funções importantes no corpo e não conseguimos fabricá-la, ou seja, precisamos obtê-la pela alimentação ou suplementação.
“A evidência acumulada nos últimos 30 anos, com mais de 70 ensaios clínicos randomizados, mostra que o ômega-3, com a quantidade adequada de DHA, ajuda a prevenir o parto prematuro precoce, antes de 33 semanas. É uma redução de até 44% do risco, o que é muito significativo”, explica o médico.
A recomendação da suplementação não é unanimidade. A Organização Mundial da Saúde, por exemplo, destaca que ainda são necessárias mais pesquisas. Já a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) informa que indica a suplementação para gestantes que não consomem peixes regularmente, mas afirma que ela é segura e eficaz.
Na alimentação, os ácidos graxos EPA e DHA aparecem principalmente em peixes e frutos do mar, como salmão, sardinha, cavala, truta, atum e ostras.
Já as novas diretrizes dizem que a suplementação deve ser indicada a todas as gestantes. “A suplementação é mais adequada para mulheres com deficiência, mas isso não é fácil de avaliar. Esse resultado varia de acordo com a dieta de cada região, o tipo de peixe consumido e a influência da alimentação com ultraprocessados”, diz o Dr. Di Renzo.
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Segundo o Dr. Eduardo Cordioli, diretor técnico do Hospital e Maternidade Santa Joana, o ideal é melhorar a dieta com o consumo de peixes pequenos. “Mas, se a mulher tem dificuldade de comer peixe ou já apresenta deficiência de ômega-3, é melhor suplementar. E fazemos as duas coisas sempre que possível”, explica.
A recomendação para a população em geral, incluindo as mulheres em idade fértil, é de, pelo menos, 250 mg por dia de DHA + EPA, seja pela alimentação ou por suplementos. Durante a gestação, recomenda-se um acréscimo de 100 a 200 mg de DHA por dia em relação ao que já era consumido antes. Ela deve ser iniciada preferencialmente no segundo trimestre, antes das 20 semanas.
Para o Dr. Di Renzo, a dieta saudável ajuda, mas como mudar a dieta rapidamente na gravidez é difícil, recomenda-se a suplementação para praticamente todas as gestantes.
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