Lactogestação: amamentação durante a gestação
Antigamente, acreditava-se que não se podia amamentar um bebê estando grávida, porém hoje a chamada “lactogestação” não só é aceita, como é recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pelo Ministério da Saúde, desde que com acompanhamento médico. Este foi o tema de reportagem da Revista Crescer, que conversou com a Dra. Clery Bernardi Gallacci, pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana.
A grande questão é que a amamentação libera ocitocina, o que estimula as contrações uterinas.
“Estudos em revisão sistemática com gestantes em lactogestação mostraram risco para prematuridade de 2,2% a 7,7% e, entre as gestantes que não estavam amamentando, de 0% a 10,3%”, explicou a Dra. Clery. Estudos mostram que a ocitocina só estimula a contração da musculatura do útero no final da gestação.
Como fica o leite?
A produção de leite pode diminuir durante a gestação e sua composição muda, com diferentes quantidades de gorduras, lactose, valor calórico e alteração no sabor. No final da gestação, se transforma em colostro, o alimento essencial para o recém-nascido.
Para a criança amamentada, como geralmente ela já tem outras fontes de alimento, as mudanças no leite não costumam interferir em seu ganho de peso.
Quanto à posição mais confortável para mãe e bebê, isso vai depender de cada um, mas nos últimos meses de gravidez normalmente é mais cômodo deitar do lado esquerdo. “A gestante que está no último trimestre de gestação pode ter compressão do retorno venoso, assim, o decúbito lateral esquerdo – posição na qual o corpo está deitado de lado -, é mais recomendado para o alívio”, explicou a Dra. Clery.
Após o parto, é possível manter a amamentação de ambos, chamada “amamentação em tandem”, mas lembrando que a prioridade é do recém-nascido, já que o leite materno estará adaptado às suas necessidades nutricionais.
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“Devemos lembrar que a criança maior recebe outras fontes nutricionais para seu bom desenvolvimento e crescimento. Já o leite humano é o alimento padrão-ouro para o recém-nascido, sendo fundamental no desenvolvimento neurológico, no crescimento adequado nos primeiros meses de vida, como protetor de doenças infecciosas e não-infecciosas, entre outros benefícios”, disse a Dra. Clery.
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