Como a gravidez tardia pode impactar a vida da mulher
O número de mulheres que estão adiando o momento de se tornar mãe e optando pela gravidez tardia, vem crescendo exponencialmente no Brasil, que registrou mais de 106 mil novas mães com mais de 40 anos em 2022.
O dr. Eduardo Cordioli, obstetra e diretor médico do Grupo Santa Joana, explicou, em entrevista concedida a Crescer, que essa não é uma realidade unicamente de nosso país, mas uma tendência global impulsionada pelas mudanças comportamentais das mulheres e suas conquistas de autonomia e independência financeira.
“E o adiamento da gestação está relacionado ao maior acesso aos métodos contraceptivos à priorização do crescimento profissional, à espera por um relacionamento estável que garanta uma real parceria na criação de filhos e até mesmo à mudança na visão sobre a maternidade compulsória”, disse o doutor.
Há riscos para mãe e bebê?
É importante lembrar que, conforme a mulher passa dos 35 anos, os óvulos também seguem o curso natural de envelhecimento.
Dr. Cordioli alerta para o aumento de riscos de abortamento, diabetes gestacional, doenças da tireoide, malformações e alterações cromossômicas do feto.
Apesar de requerer atenção redobrada, a gravidez tardia pode ocorrer e terminar perfeitamente bem, com os devidos cuidados e pré-natal regular.
Quero adiar a maternidade, como me preparar?
O mais importante é se cuidar, independente da idade em que esteja! Visite um ginecologista regularmente para consultas e exames, como acompanhamento de sua saúde, mantenha uma alimentação saudável, peso controlado e pratique exercícios físicos.
Uma mulher jovem não saudável pode ter maiores fatores de riscos que uma mulher acima dos 40 anos que cuida de sua saúde.
Há também pontos positivos
Pesquisas apontam que mulheres com gravidez tardia tendem a serem mais favorecidas economicamente a esta altura da vida. Também são mais preparadas psicologicamente para a criação dos filhos e, até mesmo, mais maduras socialmente.
Se você pensa em adiar a maternidade ou chegou o momento de ser uma mãe com mais de 35 anos, conte com uma abordagem integral da medicina, realize exames e mapeie possíveis riscos e intercorrências que podem ser evitadas.
“Atualmente, quando atendemos uma mulher de 35 anos, realizamos uma avaliação estruturada de maneira preventiva e, se forem identificados fatores de riscos, buscamos diminuir a chance das complicações inerentes à idade. Além disso, quando ela engravida, é possível captar dados ainda no primeiro trimestre (por meio de exames moleculares, biomarcadores, dados ultrassonográficos, histórico e o exame físico) e colocá-los numa calculadora para predizer o risco de desenvolver determinadas doenças”, explica dr. Cordioli.