Gestantes podem tomar vacina contra gripe?
Podem e devem. As mulheres que estão em período gestacional ou pós-parto precisam tomar diversos cuidados, pois são mais suscetíveis a infecções. Isso acontece porque o corpo da mulher grávida cria um mecanismo que diminui, temporariamente, as defesas imunológicas para que não haja rejeição ao feto. É essencial que as gestantes incluam em sua rotina de cuidados um momento para a tão importante vacina contra a gripe.
As grávidas fazem parte do grupo prioritário, que inclui as crianças maiores de seis meses e menores de dois anos. Além de não prejudicar o feto, a vacina ainda protege o bebê durante os primeiros meses de vida, como explica a infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, Dra. Rosana Richtmann. “As gestantes que recebem a vacinação contra a gripe durante a gestação passam anticorpos ao feto através da placenta. Assim, o bebê, que não pode receber a vacina ao nascimento, estará protegido nos seus primeiros seis meses de vida por meio da vacinação da mãe”.
Nos últimos tempos, algumas pessoas começaram a se mobilizar contra as vacinas, motivados pelo temor de possíveis efeitos colaterais, e isso fez com que muitas doenças ressurgissem com bastante força. Nos Estados Unidos, por exemplo, no início deste ano houve um surto de coqueluche – doença infecciosa que compromete o aparelho respiratório e pode ser evitada pela vacina tríplice DPT (contra difteria, coqueluche e tétano).
Em 2009, após a pandemia de gripe A (H1N1), que ao contrário das gripes sazonais que afetam principalmente os idosos, atingiu muito mais as pessoas com menos de 65 anos, as gestantes aderiram muito mais ao medicamento. Antes, apesar da vacina nunca ter sido contraindicada, as grávidas não eram medicadas por simples cautela, já que muitas vezes são orientadas a evitar vacinas no início da gestação.
Para aqueles que se preocupam com as reações do remédio, podem ficar sossegados, pois são todas muito brandas e seus benefícios são muitos. “A vacina contra a influenza (gripe) é produzida a partir de um vírus morto, inativo, por isso, é muito segura para qualquer paciente, seja gestante, pessoas com alguma diminuição da imunidade, sob tratamentos de quimioterapia etc. Assim, podemos afirmar que não existem efeitos colaterais mais intensos nestas populações de elevado risco de doenças que podem ser causadas pelo vírus influenza mais grave. Existem poucas contraindicações da vacina, apenas pessoas que tiveram reação anafilática com o uso prévio do medicamento devem evitá-lo”, explica a médica.
Segundo informações do Ministério da Saúde, a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e até 75% a mortalidade por complicações da influenza. Mas é importante ressaltar que o medicamento é indicado apenas após os seis meses de vida, pois, antes disso, a criança estará protegida pelos anticorpos maternos que recebeu durante a gestação. Além disso, quando a mãe, pai e demais cuidadores dos lactentes estão protegidos contra a gripe, o bebê não será exposto ao vírus e, consequentemente, não adoecerá.
Resp. Técnico: Dr. Eduardo Rahme Amaro. CRM: 31624