Gêmeas conjugadas foram separadas com 9 dias de vida
Adrelayne Silva estava grávida de quase 12 semanas das gêmeas Cecília e Lilly quando começou a suspeitar de que elas eram conjugadas, ou seja, grudadas por alguma parte do corpo. O pré-natal foi realizado no Santa Joana e, originalmente, o plano era realizar a cirurgia de separação aos 6 meses de vida. A história do casal Adrelayne e Vinicius foi contada pelo site VivaBem, do UOL.
As meninas nasceram no dia 21 de junho de 2023 unidas pelo abdome, compartilhando o fígado e o intestino delgado e tinham onfalocele, uma malformação na parede abdominal.
“Também foi identificado que havia uma comunicação vascular que levava o fluxo sanguíneo da Lilly para a Cecília, por esse motivo, a Lilly não conseguia urinar, apresentou um quadro de insuficiência renal e não podia fazer diálise”, contou a mãe em seu depoimento.
A cirurgia precisaria ser realizada com urgência: no dia 30 de junho, com nove dias de vida, as gêmeas conjugadas foram separadas. “A situação era delicada, a possibilidade maior era a de salvar a Cecília, mas ainda que as duas sobrevivessem à separação, elas poderiam vir a óbito durante o pós-cirúrgico. Até onde se sabia, não existiam casos de sucesso no Brasil com tão pouco tempo de vida”, contou a mãe.
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A cirurgia contou com a participação de 20 profissionais, entre anestesistas, cirurgiões e equipe de enfermagem. “O fechamento do abdome foi realizado com a utilização de tela sintética parcialmente recoberta com retalhos de pele de cada uma das gêmeas. A separação do fígado com o tratamento das comunicações venosas foi realizado com sucesso apesar do sangramento inerente ao ato operatório. O procedimento foi meticuloso visando prevenir danos e evitar lesões inadvertidas no fígado que permaneceu com cada uma delas. No caso do intestino, uma das gêmeas ficou com a parte em comum e para a outra foi feita a junção entre as áreas seccionadas”, explicou o Dr. Pedro Muñoz Fernandez, um dos médicos responsáveis pela cirurgia e chefe do setor de cirurgia neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Durante a recuperação, as meninas tiveram algumas complicações e precisaram passar por outros procedimentos cirúrgicos. Após 5 meses de internação, Lilly teve alta, mas Cecília precisou ficar mais alguns meses e foi para casa no dia 8 de março.
“É tempo de viver um novo ciclo. Espero que a nossa história traga esperança para outras pessoas que estejam passando por alguma dificuldade. O segredo é confiar em Deus, nos médicos e viver um dia de cada vez”, disse Adrelayne.
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