Enrolar o bebê para dormir aumenta o risco de morte súbita
Fazer um charutinho em volta do bebê com um cobertor ou um cueiro, por exemplo, é uma prática seguida em diversas culturas, há muito tempo. Sabe-se que imobilizar o recém-nascido dessa forma o ajuda a se manter aquecido, a dormir melhor e a chorar menos. Estudos já apontaram até que a técnica é capaz de promover o desenvolvimento neuromuscular em crianças que nasceram com baixo peso, reduzir o estresse em prematuros e acalmar os pequeninos que sentem falta da mãe na UTI neonatal.
Mas, de acordo com uma revisão de artigos científicos feita recentemente por especialistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, o hábito de fazer um pacotinho com o bebê quando ele está dormindo aumenta o risco da chamada síndrome de morte súbita infantil (SMSI), um mal que leva a criança ao falecimento sem uma causa específica. Para o estudo, os pesquisadores analisaram quatro trabalhos publicados nas últimas duas décadas e que foram realizados em diferentes partes do mundo: na Tasmânia, na Austrália; em Chicago, nos Estados Unidos; e em regiões da Inglaterra. “Nós tentamos reunir evidências sobre a possibilidade de uma associação entre a prática de embrulhar o bebê para dormir e a SMSI”, comenta Anna Pease, principal autora da investigação.
Apesar de os artigos serem diferentes e não darem uma definição de como esse ato de embrulhar o pequeno ocorre nas populações avaliadas, os experts britânicos chegaram a algumas conclusões. A primeira foi que colocar o baixinho para deitar de lado ou de bruços enquanto está no formato charutinho dobra o risco de ele morrer subitamente. “Essas posições já não são recomendadas há mais de duas décadas, porque estudos revelaram que o reflexo de desengasgo é melhor com a barriga para cima”, conta a neonatologista Dra. Clery Bernardi Gallacci, do Hospital e Maternidade Santa Joana. Para completar, pesquisas também já demonstraram que a prevalência de morte súbita é maior entre aqueles que dormem de bruços ou de lado, segundo a médica.
Artigo publicado originalmente no portal M de Mulher. Para ler o conteúdo completo, clique aqui.
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