Depressão na gravidez pode causar danos ao bebê
Tristeza, angústia, desânimo, cansaço, fadiga, alterações no sono. Seja na gravidez ou não, todos esses sintomas podem sinalizar um quadro de depressão. E isso interfere na relação da mãe com o feto. A hipótese está sendo comprovada por um grupo de estudos do Hospital de Medicina Infantil Erasmus-Sofia, na Holanda. A pesquisa revela que bebês cujas mães apresentam sintomas de depressão durante a gravidez têm maior risco de se desenvolver lentamente, em comparação com outras crianças, além de pré-estabelecer sintomas emocionais e desenvolver uma depressão no bebê até mesmo em sua fase da adolescência ou adulta.
Para investigar a hipótese, os cientistas analisaram três grupos de gestantes. O primeiro não tinha qualquer sintoma de depressão; o segundo apresentava sintomas não graves; enquanto o terceiro era composto por mulheres tratadas com medicamentos antidepressivos. “Descobrimos que os bebês gerados pelas mães sem sinais depressivos cresciam em um ritmo mais rápido do que os filhos das gestantes que apresentavam quadro de depressão”, explica Hanan El Marroun, líder da pesquisa, para o site Bebê.com.br.
O experimento também revelou que mulheres tratadas com antidepressivos – apesar de controlarem as manifestações da doença, ainda geram fetos com um crescimento mais lento que o normal. Os resultados demonstraram que os remédios parecem causar certa desordem no sistema de recaptação da serotonina, o neurotransmissor do bem-estar, o que pode ter efeito negativo sobre o crescimento do cérebro dos bebês. “Nestes casos, é preciso que o obstetra e o psiquiatra da grávida avaliem o quadro para saber se a criança teria mais benefícios com a mãe medicada ou tratada com outro recurso, como a psicoterapia”, opina Dr. Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital Maternidade Santa Joana, de São Paulo. Na próxima etapa do estudo, o grupo europeu investigará os prejuízos psicomotores e cognitivos das crianças que tiveram seu desenvolvimento fetal influenciado pelo quadro de depressão da mãe.
Para ler a reportagem original, clique aqui.
Resp. Técnico: Dr. Eduardo Rahme Amaro. CRM: 31624