COVID-19 – 7 dúvidas muito comuns sobre as vacinas
Com o início da vacinação contra a COVID-19, muitas dúvidas e desinformações têm surgido. Para responder as questões mais frequentes, conversamos com uma de nossas especialistas da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Como uma vacina é produzida?
O desenvolvimento de uma nova vacina é um processo longo e complexo. Dada a atual pandemia de COVID-19, instituições, desenvolvedores comerciais e pesquisadores em todo o mundo estão trabalhando a uma velocidade e escala sem precedentes. Tudo isso para obter imunização segura e efetiva em aproximadamente 12 a 18 meses.
Para desenvolvê-las, existem diferentes tecnologias:
As vacinas de ácidos nucleicos (DNA, RNA) usam um ou mais genes do coronavírus para provocar uma resposta imune.
Já as vacinas de vetores virais usam um vírus (vetor não replicante ou replicante) para transportar genes do coronavírus para as células e provocar uma resposta imune.
As imunizações com base em proteínas usam uma proteína do coronavírus ou um fragmento de proteína (subunidade de proteína) para provocar uma resposta imune.
Temos também as vacinas de vírus completo, que usam uma versão enfraquecida ou inativada do coronavírus para provocar uma resposta imune.
O mais importante é salientar que, para serem liberados, os imunizantes passam por estudos e avaliações criteriosas de eficácia e segurança.
Há alguma diferença de eficácia entre as vacinas que estão sendo desenvolvidas?
A OMS está trabalhando para ajudar a garantir que todas as vacinas aprovadas sejam tão eficazes quanto possível, para que possam ter o maior impacto sobre a pandemia. Para a aprovação, as imunizações devem demonstrar eficácia mínima de 50%.
Os resultados de estudos estão sendo liberados e já temos vacina com eficácia de 90 – 95%. Ainda não foram liberados todos os resultados de vacinas em andamento.
Das imunizações que temos, qual é a mais indicada para o Brasil?
Não existe vacina mais indicada para cada país. Desde que eficazes e seguras, todas poderão ser utilizadas. No Brasil, provavelmente vamos utilizar mais de um imunizante para vacinar a população, assim como em outros países. Não se trata de indicação, mas sim, de disponibilidade.
Quais são os efeitos colaterais mais frequentes das vacinas que estão sendo usadas?
Os efeitos colaterais mais frequentes estão relacionados ao local da aplicação, como vermelhidão e inchaço.
Quem já teve COVID-19 poderá receber a imunização?
Sim. Não existe nenhuma evidência de contraindicação para imunização nos casos de pacientes que tiveram COVID-19.
Há algum tipo de restrição para os imunizantes? Algumas pessoas não poderão tomar?
Pessoas que não poderiam tomar a vacina são as que já tiveram reações alérgicas graves a imunizações anteriores ou quem são alérgicos a um componente dessa vacina. Pessoas com comorbidades como imunodepressão, por exemplo, devem ser avaliadas individualmente e ter orientação médica.
Após o início da vacinação, há algum prazo para voltarmos à normalidade?
Embora as vacinas possam ajudar a combater a pandemia, elas não resolverão tudo. Ainda teremos que seguir todas as medidas de prevenção até que boa parte da população fique imune e a circulação do vírus seja reduzida. Ainda não temos um prazo definido.