Como a endometriose afeta a qualidade de vida da mulher
As mulheres se queixam de dor no período menstrual desde a antiguidade: os primeiros relatos encontrados datam de 1850 a.C. Se desde sempre as mulheres têm cólicas, isso é normal, certo? Errado. Segundo o Dr. Ricardo Pereira, parte da equipe do Centro de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva do Hospital e Maternidade Santa Joana, não é normal sentir dores no período menstrual e elas podem indicar a presença de endometriose, doença que afeta a vida de 10% a 20% das mulheres em idade reprodutiva. A endometriose causa fadiga crônica, consome a energia destas mulheres de maneira que pode até ser confundida com depressão. Seus relacionamentos são altamente influenciados pela doença. Mas não se dá a devida importância. “Essas mulheres passam a parte mais ‘interessante’ da vida sofrendo”, relata o médico, que há mais de 20 anos ouve as histórias de pacientes que padecem com os sintomas da endometriose.
Afinal, o que é endometriose?
Endometriose é o surgimento de endométrio fora da cavidade uterina, como na trompa, no ovário ou até fora da região pélvica (no diafragma, por exemplo), que é mais raro. Os hormônios presentes no período menstrual causam a inflamação desse tecido, que leva à dor. É por isso que a doença acomete as mulheres no período reprodutivo, da puberdade à menopausa, quando ocorrem os “bombardeios” de hormônios nos ciclos menstruais.
Como a endometriose afeta a vida dessas mulheres?
Além das dores e da fadiga, pode ocorrer inchaço durante o período menstrual, como a distensão do abdome, dor de profundidade durante a relação sexual (dispareunia de profundidade), mudanças nos padrões urinários ou intestinais relacionados ao período menstrual. Também pode ocorrer dificuldade para engravidar (infertilidade). Muitas vezes, essas mulheres sofrem em silêncio, já que familiares e amigos geralmente dão pouca credibilidade aos seus sintomas. A dica de ouro é: procure um médico que te entenda, que escute suas queixas e avalie seus sintomas, encontrando a melhor solução para o caso.
Diagnóstico e tratamento
Segundo o Dr. Ricardo, a endometriose é uma doença “enigmática”, porque não se sabe a sua causa. O que se sabe é que ela é 7 a 10 vezes mais comum em mulheres cujas mães têm ou tiveram endometriose. É comum ocorrer atraso no diagnóstico. O tratamento costuma ser feito com anti-inflamatórios que aliviam a dor e com anticoncepcionais que, ao bloquearem determinados hormônios, também podem aliviar os sintomas. A cirurgia pode remover todos os focos da doença, mas sua indicação depende de cada caso. No Centro de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva do Hospital e Maternidade Santa Joana temos profissionais qualificados para realizar o diagnóstico, que levam em conta as queixas das pacientes, um exame físico minucioso e individualizado, e exames de imagem (Ressonância Magnética e Ultra-sonografia). Oferecemos o tratamento adequado para cada paciente, seja cirúrgico ou clínico.
Resp. Técnico: Dr. Eduardo Rahme Amaro. CRM: 31624