Abortos repetidos são comuns e têm tratamento
O aborto espontâneo é considerado comum e abrange de 20% a 25% das mulheres que engravidam. Suas causas geralmente são má-formação cromossômica, causas imunológicas e de coagulação sanguínea (trombofilias), quando não diagnosticados. As duas últimas podem levar a abortos repetidos em 2% a 5% dos casos. Entretanto, com tratamento adequado, podem-se evitar os abortos repetidos.
Apesar de, do ponto de vista acadêmico, a pesquisa mais detalhada deva ser feita depois de três perdas fetais, na prática a pesquisa avançada pode ser iniciada após o segundo ou até mesmo o primeiro aborto, evitando frustrações do casal. Nas causas imunológicas, o organismo materno identifica o bebê como um corpo estranho, devido à carga genética do pai, e forma anticorpos contra ele. Esta alteração é diagnosticada através de um exame chamado Cross Match, e o problema pode ser solucionado com vacinas feitas do sangue do pai (imunoterapia com linfócitos). Outros desequilíbrios imunológicos podem ocorrer devido a problemas do sistema autoimune.
As trombofilias são alterações da coagulação do sangue, podem ser hereditárias ou adquiridas e aumentam o risco de trombose (formação de coágulo sanguíneo) prejudicando a circulação placentária. Além de levar a abortamentos de repetição podem causar infertilidade e outros problemas durante a gestação, como descolamento prematuro da placenta e pré-eclampsia. O tratamento é feito com anticoagulantes.