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Endometriose: duas décadas sentindo dores

14 de maio de 2024

Endometriose: duas décadas sentindo dores

Michele passou duas décadas sofrendo com dores da endometriose e precisou passar por três cirurgias até se sentir livre, depois do tratamento no Centro de Endometriose do Santa Joana. Ela contou sua história de superação ao site da Mariana Kotscho.

A história de Michele com a endometriose começou na adolescência, quando sentia dores intensas no período menstrual, que afetavam sua vida de diversas maneiras: perdia o apetite, perdia peso, ficava afastada da escola e dos amigos.

Aos 17 anos, com dores quase diárias, Michele fez uma ressonância magnética de pelve onde foram identificadas massas ovarianas que a levaram a uma cirurgia de emergência por suspeita de câncer. Foi apenas após o procedimento e o exame anatomopatológico que ela descobriu que eram endometriomas: cistos compostos por tecido endometrial. Foi então que Michele começou o tratamento com pílula anticoncepcional. “As dores que eu sentia até reduziram, mas nunca cessaram de verdade”, contou.

Quando decidiu engravidar, aos 32 anos, ficou surpresa por conseguir rapidamente e acreditava que estaria livre das dores durante a gestação. Mas não foi isso que aconteceu: com 14 semanas, Michele voltou a sentir dores fortes. Foi então que ela procurou o ambulatório de pré-natal de alto risco do Santa Joana, onde foi internada e avaliada por um especialista em endometriose. Ela foi encaminhada para uma segunda cirurgia, mesmo estando grávida: a doença estava afetando também o seu intestino. Então, permaneceu internada até o nascimento de seu bebê.

“Graças a essa cirurgia consegui segurar a gestação até as 34 semanas e meu filho nasceu saudável, ainda que um pouco prematuro. Após o nascimento do Arthur, as dores não melhoraram e percebi que estavam relacionadas à evacuação. Neste período, precisei de recorrentes internações e altas doses de morfina. As dores eram tão intensas que me impediam de comer e eu ficava com fraqueza. Às vezes eu nem conseguia segurar meu filho no colo”, contou Michele.

Após alguns meses, Michele foi submetida a nova cirurgia de endometriose, que acometia a região pélvica e intestinal. Neste procedimento, via videolaparoscopia, todos os focos da doença foram retirados. “Recentemente, fiz uma nova ressonância magnética e não foi identificada nenhuma aderência de endometriose. Parece um sonho receber uma notícia dessa”, contou.

“Hoje, agradeço muito à equipe do Centro de Endometriose do Hospital e Maternidade Santa Joana, especialmente o especialista Dr. Ricardo Mendes, que realmente me ouviu e realizou o tratamento adequado para o meu caso. Vivi mais de 20 anos com essa doença e agora posso planejar o futuro, cuidar e curtir meu filho. É libertador poder, enfim, viver livre das dores”, finalizou.

Leia a reportagem completa aqui.

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